Talvez você já tenha ouvido falar nas expressões “fadiga de conteúdo” ou “cegueira de conteúdo”. Além delas, existe outro termo que funciona como sinônimo: é o Content Shock.
O conceito resume a ideia de que o conteúdo disponível na Internet está aumentando muito mais rapidamente do que o tempo e a atenção dispensados aos indivíduos a quem esse conteúdo se destina. Em outras palavras, o aumento do número de criadores é desproporcional ao crescimento da audiência.
Tendo isso em mente, a pergunta é: vale a pena produzir conteúdo que vai afundar no oceano invadido por centenas de milhares de produtores? Convidamos você a entrar nessa discussão. Boa leitura!
Principais assuntos desta postagem:
Entendendo o Content Shock
O termo foi cunhado em 2014 por Mark Schaefer, especialista em inbound marketing e autor do blog Grow. Segundo sua análise, a oferta de marketing de conteúdo da web estava dobrando a cada nove a 24 meses. Enquanto isso, a capacidade dos usuários da Internet de consumir as informações, isto é, a demanda era (e continua sendo) finita.
A conta aqui é simples: a queda na audiência potencial para cada conteúdo produzido resulta em uma baixa na lucratividade da produção do mesmo. Para Schaefer, essa baixa está relacionada tanto na audiência medida por indicadores quantitativos, como “page views” ou “alcance”, quanto na atenção dada à mensagem.
Além do que aponta Schaefer, existem outros efeitos que precisamos observar.
Os efeitos do mar de conteúdo
O Content Shock pode afetar as empresas tech de algumas maneiras. Uma delas pode estar relacionada à queda nas taxas de engajamento. Para o gestor de marketing, isso quer dizer que precisa trabalhar mais para conseguir melhorar essas taxas.
Outro efeito está no alcance orgânico, que diz respeito ao número de pessoas que viram um conteúdo sem que a empresa emissora precisasse pagar por isso. Com uma quantidade maior de informações circulando, a concorrência também aumenta. Logo, o alcance orgânico pode chegar a despencar.
O terceiro e, talvez, o mais importante dos efeitos é a falta de confiança do público no conteúdo que acessa. Isso se explica pela sobrecarga de mensagens de marketing recebidas, principalmente considerando que as próprias redes sociais estão repletas de anúncios.
Como consequência da sobrecarga de informação, consumidores e clientes tornam-se mais céticos em relação ao conteúdo que recebem ou acessam todos os dias. Mas, será que todos esses efeitos se aplicam aos dias de hoje?
Content Shock continua sendo algo real?
Temos duas notícias para dar. A primeira é que esse fenômeno é atual e continua rondando o marketing de conteúdo. Para se ter ideia, conforme divulgado no site da Kapost, o conteúdo produzido cresce 19,7% ao ano. Enquanto isso, o consumo aumenta apenas 2,5%.
Basta analisarmos o nosso próprio comportamento enquanto consumidores de informação. A maioria de nós concordaria em dizer que gostaria de ter mais tempo para conseguir acessar e assimilar tudo que é de nosso interesse.
Claro que, no meio desse oceano de informações, há muita coisa que pode ser dispensada e de baixa qualidade. Mas com certeza também encontramos cursos, vídeos, textos, podcasts, infográficos, e-books, entre outros materiais, que podem ser muito úteis.
Aliás, adoramos passar um tempo na Internet. Não é à toa que somos o terceiro país do mundo que mais passa tempo online. Todavia, como escreve Schaefer, “todo ser humano tem um limite fisiológico e inviolável para a quantidade de conteúdo que pode consumir”.
Isso quer dizer, então, que o Content Shock vai devorar toda estratégia de marketing de conteúdo da sua empresa de tecnologia? É aí que vem a segunda e boa notícia: é possível enfrentar essa onda.
Como não ser derrubado pelo fenômeno?
Tudo gira em torno da intenção. Podemos também dizer que tudo se resume à qualidade e não à quantidade.
A partir do momento que uma empresa de tecnologia decide investir em marketing de conteúdo apenas para ter mais exposição ou pensando em ganhar dinheiro rapidamente, é inevitável: ela vai cansar a audiência.
Claro que a meta da estratégia de criação de conteúdo é ajudar a aumentar as vendas, mas existe muita coisa antes desse objetivo ser atingido. Sua intenção primária – e que faz um conteúdo de tecnologia ser excelente – é ajudar, guiar, educar ou até entreter a persona. Uma sugestão para conseguir isso é fazer algumas perguntas:
- Há necessidade de produzir o tipo de conteúdo em questão?
- O material a ser produzido ajudará meus clientes?
- Como posso tornar meu conteúdo tech diferente ou único?
Via de regra, tudo o que for produzido para ser consumido pela audiência precisa agregar valor. Os materiais têm que atender às demandas de clientes e futuros clientes ou resolver um problema. Por essa razão, é fundamental conhecer a dor e a demanda que a audiência possui.
Lembre-se que a produção de conteúdo, se feita do jeito certo, é uma oportunidade para a marca. Afinal de contas, ao oferecer um material que responde às perguntas de seus clientes a empresa cria confiança e constrói relacionamentos.
E, claro, um conteúdo de tecnologia excelente educa os clientes e os orienta em suas decisões de compra. Ou seja, cumpre o papel do pessoal de vendas.
Dicas
Para ajudar você, separamos algumas dicas que poderão ajudar a fugir da armadilha do Content Shock:
- Defina bem a persona;
- Tenha uma estratégia;
- Não esqueça que o conteúdo precisa resolver problemas;
- Entregue conteúdo que eduque e inspire a audiência a tomar uma ação;
- Foque na qualidade;
- Mantenha a frequência;
- Ofereça uma boa experiência;
- Dê atenção ao SEO; e
- Conte com profissionais experientes, especializados e com as habilidades necessárias para produzir conteúdo.
Mas se mesmo atendendo aos itens acima seu conteúdo não é acessado, o problema pode ser outro. Nesse caso, é fundamental ver o que sua empresa precisa fazer para que seus materiais ganhem visibilidade.
Falamos sobre isso em outro post. Para ficar por dentro e não errar, conheça as estratégias para vencer o Content Shock na empresa tech.