O que é cultura do cancelamento em empresas

Marketing Digital

O que é cultura do cancelamento em empresas

12 Minutos

2 de março de 2021

Nos últimos anos, vemos artistas e empresas perderem a sua credibilidade diante do público devido a algum comportamento inadequado. Ferir (de modo conotativo) a audiência passou a ser motivo para que pessoas e marcas se tornem alvo do tribunal da internet. Será que a empresa de tecnologia pode sofrer com a cultura do cancelamento?

Neste artigo vamos discutir como os negócios de tecnologia devem fugir desse problema. Entenda o que é a cultura do cancelamento no marketing de conteúdo e saiba o que leva a essa realidade. Veja também como evitar que sua empresa seja afetada.

Cultura do cancelamento é o nome conferido ao movimento de execração pública de pessoas físicas ou jurídicas no mundo digital. É um fenômeno da internet em que pessoas comuns buscam realizar justiça social através de manifestação por comentários, mensagens e outros atos, principalmente em mídias sociais.

A cultura do cancelamento: nova realidade no mercado virtual

Em 2020, vimos uma pandemia atravessar o mundo e mudar o modo como nos relacionamos. Contudo, algo se intensificou em meio a isso: a cultura do cancelamento. Infelizmente, muitos projetos digitais falharam neste ano e tiveram suas “feridas” expostas.

Inúmeros influenciadores digitais e empresas foram rechaçadas por comportamentos que não agradaram ao público. Isso fez com que eles perdessem não somente a credibilidade no mundo online, como também contratos importantes. Ou seja, vemos um prejuízo moral e financeiro se materializando em função de ações que repercutem no digital.

Uma situação bastante chocante que aconteceu foi com a rede de hipermercados Carrefour. Após o vídeo de um segurança vazar, em que ele maltrata um animal até a morte, internautas condenaram a atitude e levantaram incontáveis movimentos para boicotar o hipermercado. 

Outra situação que afetou diretamente a estratégia de marketing de conteúdo de uma influenciadora foi a festa realizada em meio à pandemia, que a famosa Gabriela Pugliesi organizou. A contradição de uma blogueira do ramo da saúde furar a quarentena agravou ainda mais o julgamento social de Pugliesi. A cultura do cancelamento não tolera o contraditório, o erro e a falha. E a punição ocorre de várias formas. A influenciadora, por exemplo, teve muitos contratos publicitários encerrados e perda massiva de seguidores, o que a levou a suspender sua conta no Instagram por alguns meses.

O que leva grandes nomes a serem execrados pelo público?

Mas, afinal, como a cultura do cancelamento se perpetua e pode afetar, inclusive a sua empresa?

Não pense que por se tratar do nicho de tecnologia seu negócio está a salvo da mira de canceladores. O cancelamento pode surgir de qualquer lugar, principalmente em marcas que não pensam sobre questões contundentes da era digital. 

Listamos os dois principais estopins do cancelamento na era digital.

1 – Discurso incoerente

Em primeiro lugar, muitas pessoas acabam execrando empresas e influenciadores pela incoerência no discurso. A famosa Bianca Andrade, por exemplo, durante a sua participação no reality show Big Brother Brasil 20 sofreu uma onda de críticas por ter falas diferentes das que pregava em suas propagandas. Com isso, muitas pessoas deixaram de segui-la.

Ou seja, os conteúdos gerados por ela diziam uma coisa e ela fazia outra. A incoerência gerou o cancelamento. No caso da sua empresa de tecnologia, fazer um planejamento de marketing de conteúdo coerente deve ser prioridade.

2 – Falas ou comportamentos de ódio

Sem dúvidas, a geração em que vivemos não aceita a reprodução de falas ou comportamentos de ódio. Atitudes que perpetuam preconceitos e ódio podem, sim, queimar a imagem pública de uma empresa.

Você deve estar pensando “mas como isso pode afetar o meu negócio tech?”. Existem questões muito sensíveis, como as do racismo, por exemplo. Caso um de seus funcionários, por exemplo, manifeste aversão contra pessoas de etnias diferentes, esse ódio pode respingar na sua marca na forma do cancelamento, principalmente se a empresa não tomar nenhuma atitude repressiva e educativa diante do caso.

Por isso cuide bem dos seus conteúdos e tenha um canal interno de comunicação para poder educar seu público dentro e fora da empresa tech. Aproveite também e veja 8 dicas para montar o planejamento do marketing de conteúdo para uma empresa de tecnologia.

Cuidados necessários com o marketing digital tech

Se você é gestor de marketing de uma empresa e não quer cair nessa cilada do mundo digital, separamos aqui 3 dicas fundamentais que vão ajudar a evitar esse tipo de situação.

1 – Conteúdos sensíveis

Se você é responsável pelo marketing da empresa, evite colocar conteúdos sensíveis como fórmula de engajamento para o público. Mesmo que o assunto esteja em voga, a opinião pública pode mudar e se voltar contra a marca. Só aborde esses conteúdos caso sejam realmente o núcleo da narrativa do marketing.

2 – Criar polêmicas

Evite criar polêmicas na internet, uma vez que o público pode entender este marketing de conteúdo como apelativo e concluir que a empresa apenas busca engajamento em suas publicações.

Uma situação bastante expressiva para o mundo tech foi sobre a mudança da Apple em relação aos carregadores nas caixas dos novos celulares da marca. Sim, esse era um assunto interessante para se discutir, mas muitos negócios — principalmente concorrentes — usufruíram dessa polêmica demasiadamente, somente para crescer em cima dela. 

3 – Falta de posicionamento 

Por fim, a cultura do cancelamento pode surgir por meio de conteúdos sensíveis e por polêmicas desnecessárias, mas ela também emerge entre as empresas tech pela falta de posicionamento diante de cenários contundentes.

Casos de racismo, em que os empresários não demonstram nenhum repúdio, pode gerar indignação no público e fazer com que ele se revolte contra a empresa. Portanto, é necessário haver um equilíbrio entre esses três temas para que o marketing de conteúdo seja expressivo e responsável. 

Portanto, para que a cultura do cancelamento não se perpetue entre as empresas, é fundamental seguir um manual de comportamento com o marketing de conteúdo e tomar cuidado para não cair nos deslizes do marketing digital tech.

A cultura de cancelamento: as empresas tech também são alvo de justiça social

A justiça social está mais do que presente no cenário empresarial atualmente. Os usuários da internet encontraram uma forma de mostrar a sua opinião contra uma pessoa física ou jurídica. O nome para isso é: cultura de cancelamento. Na web, esse movimento ganha mais força cotidianamente e mostra que os negócios tech também precisam zelar pela sua imagem.

Afinal, você que trabalha ou tem uma empresa tech, sabe como fugir da cultura de cancelamento? Entenda o que é essa nova realidade na internet, além de como ela pode afetar qualquer ramo, seja um pequeno influenciador como até mesmo uma grande empresa de tecnologia.

A cultura de cancelamento: o que leva a isso no mercado de tecnologia?

Quando os principais veiculos de comunicação e compartilhamento de informação eram televisões e as rádios, o julgamento popular já existia mas não tinha o volume o impacto que ganhou na cultura de cancelamento. Agora que todas as pessoas têm voz e alcance permitido pelas redes sociais, o que era comentário na roda de amigos, virou manifestação pública. 

Contudo, a tecnologia trouxe um novo cenário principalmente em relação à justiça social. Diante das mudanças que tivemos na sociedade e aos avanços da internet, agora é possível realmente opinar sobre determinadas pessoas e empresas e cobrá-las para que tenham um posicionamento mais coerente. 

Muitos influenciadores já passaram por essa situação ao investirem errado em seu marketing de conteúdo e promoverem alguma polêmica ou outra situação em suas redes sociais. Porém, o mundo empresarial também está fadado à cultura de cancelamento e precisa se precaver desse cenário principalmente com o planejamento de seu conteúdo.

NuBank

O NuBank é um grande exemplo dessa situação. Mesmo com uma equipe altamente qualificada para diversas situações, os usuários “cancelaram” a empresa quando a sócia Cristina Junqueira disse que não haviam muitos negros qualificados para trabalhar no banco, o que resultava em uma baixa porcentagem de colaboradores negros dentro da instituição.

A fala, além de se mostrar preconceituosa, já que pré-determinou que os negros não se qualificavam para trabalhar em empregos de nível superior, fez com que uma discussão surgisse em relação à falta de oportunidade dentro de grandes negócios e a falsa sensação de inclusão que existe no mercado. 

Netflix

Um deslize que quase custou caro para a Netflix foi sobre a série Mignonnes. A história discute uma realidade de hiperssexualização de jovens e pré-adolescentes, o que fez muitos usuários se sentirem incomodados com a situação e que até mesmo ocorreu um grande número de cancelamentos de assinatura da plataforma de streaming.

A série ainda continua disponível na Netflix, porém o marketing de conteúdo discutido em cima das cenas é outro. Trabalha-se com a imagem problemática para o mundo, e não como cenas de entretenimento da maneira que a plataforma lançou para o mercado.

Google

Outra situação que gerou bastante polêmica foi a carta escrita por um engenheiro de software, que trabalhava dentro da multinacional Google. No documento havia uma indagação sobre a falta da presença de mulheres em cargos altos da empresa, atribuída ao sexismo.

Boatos internos já mostravam as diferenças entre gêneros que a empresa apresentava. Mas depois da carta, muitas pessoas começaram a “cancelar” o Google na internet, até que medidas fossem tomadas.

Propagandas que geraram cancelamento

Grandes empresas também investiram errado nas propagandas e tiveram o “cancelamento” feito pelos usuários da internet. A Volkswagen, em 2020, lançou um pequeno vídeo nas redes sociais como teaser de um comercial, em que duas mãos encostavam na nova linha de carros Golf, mas que uma pessoa branca empurrava a mão negra para longe do veículo.

Apesar da pequena propaganda ter apenas 10 segundos, os internautas rechaçaram muito na internet e fizeram com que a empresa retirasse o vídeo do ar no próprio dia. Após o ocorrido, a multinacional alemã pediu desculpas e disse que vai punir os responsáveis pela criação do conteúdo. 

Mas não foi somente essa propaganda que foi alvo da cultura do cancelamento em 2020. O Facebook perdeu diversas parcerias com empresas grandiosas, como Adidas e Coca-Cola, pela falta de atitudes em relação à propagação de discursos de ódio na rede. Isso fez com que o valor das ações da empresa caíssem em até 8%.

Atitudes de empresas tech para evitar a cultura de cancelamento

Como vimos, então, grandes empresas e marcas de vários segmentos podem ser alvo da cultura de cancelamento. Essa é uma realidade que atinge aos usuários da internet e cada vez mais se fortalece nesse meio como forma de justiça social. Por isso é preciso cuidado redobrado com a ausência de planejamento estratégico, a qual pode afetar a imagem da empresa.

Uma ideia bastante interessante, que grandes negócios colocaram em prática e que diminuíram o número de “cancelados” em relação às questões étnico-raciais foi a coalizão feita por 48 organizações para combater o racismo dentro do ambiente de trabalho.

As multinacionais LinkedIn, Mastercard e Microsoft foram algumas das que fizeram parte desse projeto para que as empresas realmente adotassem mudanças dentro do ambiente de trabalho em busca de igualdade. 

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