Sobre o livro Plataforma: A Revolução da Estratégia: por que as plataformas estão revolucionando a maneira como se faz negócios?
Há uma revolução em curso na direção das plataformas de negócio. Como sua empresa está se posicionando em relação a esse fenômeno?
De acordo com o Gartner, é preciso evoluir para dispor de uma plataforma digital ágil, programática e com uma arquitetura baseada em serviços. Será que existe alguma oportunidade de negócio para sua empresa nesse sentido?
Principais assuntos desta postagem:
Entenda o conceito das plataformas
O livro “Plataforma: A Revolução da Estratégia”, publicado no Brasil pela editora HSM, explica bem o conceito de uma plataforma e como os mais diversos tipos de empresas podem se beneficiar com o modelo.
Segundo os autores Geoffrey Parker, Marshall W. Van Alstyne e Sangeet Paul Choudhary, o conceito de plataforma não é novo. Os shoppings centers e as feiras livres unem consumidores a comerciantes, já os jornais conectam assinantes e anunciantes.
Na prática, uma plataforma é um negócio baseado em permitir interações entre produtores e consumidores. Ela fornece uma infraestrutura participativa e define condições de governança para elas. Seu objetivo é fomentar correspondências entre usuários e facilitar a venda de produtos ou serviços.
Para os autores o nascimento desses negócios foi possível pois a Tecnologia da Informação (TI) tornou a expansão de plataformas muito mais simples e barata, permitindo a criação de novos negócios disruptivos.
4 tipos de atores em ação na plataforma
Todas as plataformas têm um ecossistema com uma estrutura básica, composta por 4 tipos de atores:
- Proprietários das plataformas: Controlam sua propriedade intelectual e governança;
- Provedores: Servem como a interface das plataformas com os usuários;
- Produtores: Criam suas ofertas e as disponibilizam na plataforma;
- Consumidores: Utilizam os produtos ou serviços ofertados.
Uma plataforma de negócios dá alcance aos seus atores, aumenta a velocidade na relações, traz mais eficiência para os processos e conveniência para os envolvidos. Com isso, atraem e fazem uma espécie de pareamento entre a oferta e a procura, facilitando o “match” mais adequado para cada situação.
Um dos meio de atrair e fidelizar os atores na plataforma são os sistemas de recompensa. Ele devem ser justos e claros, usados para retribuir ações realizadas pelos atores. Por exemplo, se produtor indica outro produtor, pode ser recompensado. Outro requisito importante nas plataformas são as avaliações, que ajudam consumidores e produtores a reconhecer quais participantes da plataforma fornecem experiências melhores. Isso também ajuda a elevar o nível dos serviços.
Como criar intimidade com o cliente em um mundo de plataformas
O livro explica que existem 2 abordagens. Na primeira, sua empresa se concentra em aprender com as interações dos participantes da plataforma para refinar continuamente sua proposta de valor.
É o que os autores chamam de “sensing function” (função de detecção) da plataforma. Por exemplo, ao analisar os dados tanto de opinião como de consumo dos clientes dentro da plataforma é possível obter insights que levam ao desenvolvimento de produtos ou serviços mais satisfatórios.
A outra abordagem é incentivar terceiros a fornecerem, dentro da plataforma, serviços que sua empresa não presta. Portanto, isso cria um mercado para outros participantes em seu ecossistema.
Esses 2 aspectos, além de estreitar os laços com o consumidor, criam uma vantagem competitiva frente aos concorrentes. Por que o cliente vai procurar outro canal se já encontra tudo o que precisa na sua plataforma?
A construção de uma plataforma
As plataformas mais bem-sucedidas são iniciadas com um único tipo de interação que gera alto valor, mesmo que, a princípio, com baixo volume. Com as plataformas, um objetivo estratégico crítico é um design inicial forte que tanto possa atrair os participantes desejados, quanto possibilita as interações corretas.
E, como qualquer outra aplicação tecnológica, uma plataforma precisa ter regras e arquitetura bem definidas.
A arquitetura aberta permite que os desenvolvedores dos participantes acessem seus recursos, criando novas fontes de valor.
Já a governança aberta permite que outras empresas, além da proprietária, definam as regras e compartilhem recompensas na plataforma.
Abrir a arquitetura, mas não compartilhar as recompensas, dá aos participantes em potencial a capacidade de se envolver, mas não eles terão incentivos. Já se as regras e as recompensas forem abertas, mas a arquitetura for fechada, os participantes terão a capacidade de se envolver, mas não a conseguirão fazê-lo.
Essas escolhas não são fixas. As plataformas geralmente são iniciadas com uma arquitetura e governança bastante fechadas e se abrem à medida que introduzem novos tipos de interações e fontes de valor. Mas toda plataforma deve induzir tanto quem oferece produtos e serviços como consumidores a interagirem.
Plataformas na prática: conheça 4 exemplos
Apple
A Apple, ao lançar o iPhone, se destacou de seus concorrentes ao explorar o poder das plataformas. A fabricante concebeu o smartphone e seu sistema operacional como mais do que um produto ou um canal de serviços.
Steve Jobs o imaginava como uma maneira de conectar desenvolvedores de aplicativos de um lado e usuários de aplicativos do outro – gerando valor para os dois grupos. À medida que o número de participantes de cada lado crescia, esse valor aumentava.
O sucesso da Apple na construção de um negócio de plataforma em uma empresa convencional traz lições importantes para empresas de todos os setores. As organizações que falharem na criação de plataformas e não aprenderem as novas regras da estratégia não poderão competir por muito tempo.
Uber
A Uber é uma empresa (proprietário das plataforma) que possui um aplicativo (em um provedor) de transporte privado urbano. Permite a busca por motoristas (produtores), oferecendo um serviço semelhante ao tradicional táxi aos consumidores.
À medida que o número de participantes da plataforma cresce, também aumenta o valor entregue aos 2 lados. Fica mais fácil para os consumidores conseguir um carro e para os motoristas encontrar passageiros. E os dados das interações, como a classificações de motoristas e passageiros, melhora a experiência plataforma para outros usuários.
Netflix
A Netflix conecta provedores de conteúdo de vídeo e consumidores finais e que as pessoas assistissem a vídeos em qualquer lugar a qualquer momento. Criou seu valor principalmente oferecendo recomendações personalizadas.
Seja distribuindo conteúdo de produtoras de todas as partes do mundo ou criando suas próprias séries e filmes, a empresa leva a sério as interações com os consumidores. São elas que permitem gerar insights para o desenvolvimento de novos conteúdos.
GR1D
A GR1D vai além de ser uma plataforma, é um marketplace que alimenta o desenvolvimento de novas soluções para os setores de Seguros e Financeiro. Oferece soluções digitais para que organizações inovem e conquistem clientes sem gastar muito tempo e dinheiro.
O marketplace reúne empresas que criam APIs e disponibilizam para desenvolvedores de seguradoras, corretoras e bancos, por exemplo. As APIs são conexões que possibilitam a integração de sistemas que foram construídos com linguagens diferentes. Na prática, elas viabilizam a jornada de inovação e transformação digital das organizações.
Motor Tech Content
A Motor Tech Content (nós!) é uma empresa especializada em produzir conteúdo para negócios de tecnologia. Nosso ecossistema tech de produção de conteúdo conecta os makers (especialistas em criação de conteúdo de tecnologia) com empresas que precisam dos melhores conteúdos para alimentar suas estratégias de inbound marketing. E essa conexão se dá por meio de uma plataforma!
Com esse conceito de plataforma, criamos o modelo de contratação sob demanda. Qualquer empresa tech pode acessar o ecossistema. O acesso é online e gratuito, sendo possível utilizar a solução e contar com os recursos disponíveis para organizar a produção de conteúdo de tecnologia. Quando a empresa precisar, ela solicita o conteúdo de acordo com a sua demanda. E nós encontramos o maker mais indicado para assumir aquela demanda, gerenciamos o processo de produção e prazos de entrega.
Com o conteúdo sob demanda, não existe a necessidade de assinar longos contratos com pagamento fixo mensal. E com o know how e feedbacks de quem participa do nosso ecossistema, melhoramos a experiência tanto de quem já está conosco como de quem está chegando.
Os exemplos que citamos de empresas que revolucionaram suas estratégias por meio de plataformas você já conhece. Agora, que tal saber mais sobre a Motor Tech Content?