Aí está outro lema que faz os pés não saírem do chão. Quem empreende precisa ser maleável e resistente. Mudar faz parte do percurso. Esse é o princípio da impermanência para mim.
Eu adoro escrever. Sinto uma realização profunda ao me expressar por meio das palavras. Empreender me trouxe isso de volta. Uma rotina em que poderia viver da escrita. Mas não era só isso. Quando você assume o comando de uma empresa — da sua empresa — é mais do que necessário abrir mão de atividades que você adora fazer.
Assim, tive que me desenvolver em vendas e na habilidade de me posicionar junto aos clientes. E aprendi a cultivar o networking: hoje tenho tempo na agenda dedicado para isso. Não de maneira robótica, mas valorizando quem são as pessoas que quero manter próximas, porque vai ter troca e vamos nos desenvolver.
Além disso, ter o pé no chão é indispensável para tomar decisões desafiadoras pensando no que é melhor para a empresa. Nos primeiros anos da Motor, eu estava imersa nas atividades de produção de conteúdo, para a alegria dos meus sonhos de adolescente.
Mas chegou um ponto em que minha atuação seria melhor aproveitada se focada em vendas.
Então abri mão de algo que era muito importante para mim pelo bem do empreendimento. Era o que tinha que ser feito. E doeu.
A dor passou. Afinal, tudo é impermanente. Desde o início da jornada empreendedora sabia disso. A Motor Tech Content já se transformou muito ao longo desses sete anos. Amadurecemos e transformamos nossos objetivos, justamente para acompanhar a impermanência do mercado.
Hoje temos uma equipe mais estruturada. As tarefas operacionais saíram das minhas mãos gradativamente. Contamos com profissionais qualificados e que vivem a nossa cultura profissional.
E como já era tempo, no ano passado voltei a escrever. Estou investindo no LinkedIn, me posicionando como especialista em negócios de tecnologia e marketing digital. E hoje me sinto muito feliz e realizada: consigo dividir meu tempo entre todas as atribuições na Motor, escrever meus próprios conteúdos, ser mãe, ser esposa, viver minhas experiências pessoais e até cuidar do Lod, um Beagle, quarto elemento da família Hansen.
Foram muitos capítulos até chegar esse momento, em que me sinto realizada e mais segura à frente da Motor. Lá no início precisava que alguém me mostrasse “é mais simples do que parece” mudar de carreira, empreender depois dos 40 anos. É isso que vou mostrar para você no próximo artigo.
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