Plágio na produção de conteúdo parece impossível e coisa de outro mundo? Não se deixe enganar!
“Ao longo dos anos, o marketing evoluiu, passando por três fases, às quais chamamos de Marketing 1.0, 2.0 e 3.0”. Se você acha que já leu essa frase em outro lugar, não se enganou. Ela está aqui para chamar sua atenção sobre o tema plágio na produção de conteúdo.
O trecho que inicia esse texto pertence ao primeiro capítulo do livro “Marketing 3.0 – as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano”, escrito por Philip Kotler.
Se começássemos essa narrativa sem colocar as aspas no lugar certo e logo em seguida identificar o autor da ideia, esse texto seria a prova e o próprio crime em si.
Mesmo não sendo o marketing de conteúdo uma modalidade de produção acadêmica, as regras impostas pelo Código Penal brasileiro regem tudo o que for configurado como direito do autor. Se existe uma autoria, a reprodução da obra ou criação sem os créditos é crime.
E não há plágio indireto ou direto, apesar de existirem várias formas de plagiar textos e conteúdos. Essas diferentes artimanhas usadas para falsear e esconder a autoria ficam ainda mais fora de controle quando sabemos que a internet recebe 2,5 quinquilhões de bytes novos por dia, de acordo com a BSA.
A gigantesca quantidade de informação criada diariamente pode ser atribuída a quatro bilhões de pessoas que usam a internet no mundo.
Percebe qual é a primeira dificuldade de identificar o plágio?
Mas se engana quem acredita que esse crime é indetectável. Existem formas de descobrir se textos, principalmente, foram construídos como cópias integrais ou parciais.
Vamos falar sobre tudo isso neste post: desde as penalidades até dicas para evitar e descobrir plágio. Continue a leitura para saber mais.
1- As penalidades da cópia sem créditos
A produção de conteúdo é um ato de intelecção. Ideias são encadeadas para fazerem sentido. Todo esse esforço, quando vítima de cópia, deve ser protegido. Por isso, existem leis, artigos e penalidades voltados a coibir atos de plágio. Essa palavra tem como origem o significado: roubo.
A etimologia da palavra:
Plágio do grego plágos, oblíquo, atravessado, pelo latim plagium (roubo). Está na origem do vocábulo o significado de desvio, donde o sentido de atravessador para aquele que, não produzindo, nem comprando a mercadoria, apenas intermedia o negócio. No latim plagium significava: ação de roubar uma pessoa, sequestrar, vender homens livres como escravos, relacionada ao verbo plagio, com significado análogo, de modo que a etimologia implica um ato criminoso. Fonte: HR Idiomas |
As Universidades, principalmente, produzem muitos materiais sobre esse tipo de crime. É o caso da Federal fluminense (UFF), que montou uma cartilha sobre o assunto. Mas tanto no ambiente acadêmico quanto no mercado existem várias formas de plágio que podem ser penalizadas.
O Artigo nº184 do Código Penal estipula que o crime contra o Direito do Autor deve ser penalizado com o pagamento de multa ou com o regime de reclusão ou detenção de um a quatro anos.
Ao sofrer um processo por plágio movido pelo autor, o réu terá que provar que não plagiou. Do contrário sofrerá as seguintes consequências:
- Enfrentar processos judiciais;
- Pagar multas;
- Correr risco de ser preso;
- Expulsão de curso ou demissão e encerramento de contrato;
- Perda de credibilidade no mercado, tanto para pessoa física quanto para a jurídica;
Mas, o que acontece com quem plagia sem perceber?
2- Cuidado: você pode plagiar sem saber
Não importa se você pratica conscientemente ou inconscientemente alguma forma de plágio. A lei não rege a intencionalidade, mas o crime. Então, atenção redobrada é extremamente necessária, pois você pode plagiar sem perceber. Para evitar que isso aconteça, confira as 5 dicas a seguir:
1- Usar aspas corretamente: quando um conteúdo está entre aspas significa que ele é uma cópia literal. Neste caso, se você deseja reproduzir um pequeno trecho que não é de sua autoria, pode fazê-lo sem cometer plágio ao usar a pontuação corretamente e mencionar a autoria diretamente, localizando o leitor.
2- Narrar com as suas palavras e mencionar o autor de origem: você pode falar no seu texto que o conceito de “marketing 3.0” é “centrado no ser humano”, desde que as ideias-chave ou conceitos usados pelo autor de origem, neste caso Kotler, apareçam sinalizadas como um elemento à parte. Também é de bom tom deixar claro de que se trata de uma ideia que está sendo retomada no seu texto, como fazemos aqui mesmo.
3- Diversificar o número de autores e fontes: ao se prender a uma só fonte, vai parecer que o seu texto foi feito por ela e não pelas suas ideias. A escrita, como atividade intelectual, demanda conhecimento e poder de síntese. Por isso, articular o máximo de informações de diferenciadas origens leva a um resultado distante do plágio.
4- Cuidado com a fonte: mencionar a fonte errada ou autor que você nunca leu também representa risco de plágio. Imagine que você leu Fulano que cita corretamente Ciclano. Gostou do que Ciclano disse? Então o leia, antes de mencioná-lo. Do contrário, você plagiou o Fulano.
5- Imagens e textos visuais devem ter o mesmo cuidado que o texto escrito: fotografias ou tabelas usadas sem a devida menção à fonte também são encarados como plágio e infração do direito do autor. Sempre indique a autoria, demarcando o texto com a palavra “fonte”, seguida do link de origem ou simplesmente deixando o hiperlink para o site de da informação original.
Mesmo aplicando essas dicas você quer ter certeza de que não plagiou ninguém? Ou, ainda, quer auditar todos os textos que recebe dos freelas e dos próprios membros da equipe de marketing?
3- Use essas ferramentas para verificar plágio
A melhor saída para ter certeza de que um texto não cairá em plágio é fazer a checagem antes da publicação. Existem muitas ferramentas que fazem a comparação entre conteúdos e que podem aferir se há ou não caso de cópia.
Serviços de detecção online gratuitos:
A maioria dessas ferramentas grátis têm versões pagas ou pacotes de pesquisa. É aconselhável investir mais, se você usar a ferramenta com comandos simplificados, não encontrar plágio e, ainda assim, desconfiar que existe mesmo esse desvio na produção de conteúdo.
Ao detectar um plágio, você pode alertar quem lhe enviou o texto. Mas cuidado para não fazer julgamentos precipitados. Em temas mais comuns, uma frase ou outra pode realmente coincidir. Avalie o percentual de originalidade da produção e, então, tome providências.
4- Autoplágio também é um risco
O risco de processar a si mesmo, você não corre. Mas de se autoplagiar e de oferecer informação antiga como se fosse nova é sinal de descuido, quando é usada, literalmente, a produção original como se fosse nova. É preciso alertar ao leitor que o texto foi editado.
Alguns blogs já estão preparados para manter a data de publicação e a da última edição. Só não é aconselhável criar duas postagens com o mesmo texto. Isso pode ser, sim, configurado como autoplágio.
No âmbito acadêmico, tal ocorrência é penalizada quando aparece em dissertações, teses e outras publicações. A ideia é que se publique sempre conteúdo inédito.
Já no mercado de produção de conteúdo, tudo é aparentemente mais flexível. Mas o lead está cada vez mais preparado para perceber faltas de cuidado e para exigir o melhor.
Esse texto abriu seu olhar para várias questões que envolvem plágio na produção de conteúdo. Mas você ainda precisa de ajuda? Que tal conhecer agências especializadas em curadoria e não correr riscos? Continue no Blog da Motor para saber mais.